12 de outubro de 2021

 



LOBA NEGRA - JUAN GÓMEZ-JURADO



Se Juan Gómez-Jurado quiser continuar a escrever sobre Antónia Scott, eu também vou continuar a ler sobre Antónia Scott.

Pessoalmente gostei mais do livro "A Rainha Vermelha" do que este "Loba Negra", principalmente no caso de polícia que é retratado.
Considero que o no primeiro livro, nesse aspeto temos um caso mais sólido e até mais interessante. 
Não vimos uma Antónia Scott a pensar muito nas cenas do crime, e tudo ou quase tudo lhes chega às mãos por acaso.

Ela é a única no entanto que vai tentando fazer alguma coisa e é ela que descobre o contentor de tráfico de mulheres e faz algumas "cócegas", ao mafioso.
Acho por isso, que este livro vale pela Antónia Scott. A sua inteligência acima da média em contraste com tudo o resto.
É claramente um livro dedicado a Antónia Scott. À essência desta personagem e às suas virtudes e defeitos. 
Gosto particularmente da relação entre ela e o inspetor Jon. Aquela capacidade que ele tem de a proteger, porque gosta muito dela. E repare-se, é um amor platónico... ele é assumidamente gay.
E o bonito da relação deles é isso mesmo, a forma desinteressada como ele consegue gostar dela, uma pessoa tão diferente de si mesmo, uma pessoa em que ele consegue encontrar a mais profunda das essências.
Os diálogos entre os dois é a parte mais rica deste livro. A forma carinhosa como ela a trata "amor, linda, querida", o espaço que lhe dá, a maneira como a apoia.
Ela ultrapassa muitas vezes essas regras e caminha deixando-o para trás.
Ela tem fortes convicções, fortes capacidades, mas é muito, muito limitada nas relações humanas.
Não é propriamente uma boa colega, Antónia Scott. Ela não tem noção das coisas simples, do que é uma simples conversa, de como se verbaliza sentimentos, de como se diz, gosto muito de ti.
Ela dá e tira logo a seguir como diz Jon.


Antónia Scott vale qualquer livro. Espero que o próximo não demore muito!

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