A DANÇA DAS ESTRELAS - EMMA DONNOGHUE
Surpreendentemente aborrecida até à página 36. Tive até alguma dificuldade em atravessar a barreira da perceção que me sussurrava ao ouvido que não era para desistir.
Fraco, lento de início. Desinteressante até nas primeiras descrições, fortaleceram a minha noção inicial de que comprar o livro tinha sido um erro.
Mas não desistem, eu também não desisti. E quem não desistir vai descobrir uma história sobre a condição humana. Sobre o papel da mulher numa sociedade tão diferente da actual, de pobreza e de abandono.
Vai ler, como o amor ao próximo é a parte mais importante desta equação tão esdrúxula que é a vida.
Como um quarto de uma enfermaria, tremendamente pequeno e em três dias, descobre-se o significado do amor, da morte e da ressurreição.
Quem quiser ler um pouquinho entre as linhas descobrirá, que nós, mulheres pouco valemos, que somos fracas e sofridas, que temos medo, muito medo, mas temos a capacidade dentro de nós, de salvar o mundo.
Contribuímos com a vida, não na guerra, não dentro de uma trincheiras aos tiros em nome de um país ou de um ideal, mas nas vidas que geramos, na dor que suportamos e na força que vamos buscar, muitas vezes sem a saber que temos.
Adorei ler este livro. Apesar do início.
As exímias descrições de partos tão sofridos. A fragilidade da mulher e a sua extraordinária força.
Afinal, naquele momento, não há como voltar atrás.
Mais do que retratar uma epidemia que muito se assemelha a que vivemos agora, este livro retrata especificamente as pessoas que mais foram influenciadas e atacadas por ela.
Os pobres e subnutridos, os que não podiam ficar em casa deitados, e cuja morte era sua culpa.
E as grávidas e os seus filhos. As grávidas, as mulheres, as últimas.
"Os últimos serão sempre os primeiros", não esquecer. Nunca!
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