A VIDA NO CAMPO - OS ANOS DA MATURIDADE - VOL.II
Ainda não acabei de ler este livro. Ler A Vida no Campo de Joel Neto, é ler com maturidade.
Já não recordava a sensação de tranquilidade que o primeiro volume trouxe há minha alma, e por já quase não sentir o seu cheiro, adiei a sua leitura. Faço-o com muitos livros que chegam à minha estanque e esperam eternidades para serem lidos.
Eles esperam por nós, eles esperam sempre por nós. Os livros são pacientes e benevolentes. São românticos e agradecidos e nunca, nunca nos cobram favores.
O livro na sua capacidade de devoção é acima de tudo um Deus adormecido nas nossas estantes e perpetuamente bem disposto.
Ainda haverá o dia em que eu não os tenha à minha espera. Ali, na estante do meu quarto, encostada à mesa de cabeceira, os mais próximos. Aqueles que ainda não foram lidos. Os que ainda estão por vir.
E eles mudam de cima para baixo, de baixo voltam a passar para cima, e de vez em quando saltam para a mesa de cabeceira ansiosos porque serão os próximos.
A sua ansiedade por vezes é desmesurada, porque por ironia do destino, muitas vezes voltam à estante numa segunda, terceira, quarta escolha.
Também existem os que chegam e ocupam logo o seu lugar de primazia e existem aqueles que esquecidos na estante, um dia, sem justificação aparente é ele que olha para mim e pede, súplica a sua existência naquele preciso momento.
Não sei se vos acontece ouvirem o canto da sereia, a melodia de razão e sentirem a necessidade sem motivo de pegarem naquele livro. O som do seu chamamento!
Divago, divago... queria apenas falar da "A Vida no Campo" de Joel Neto.
Como dizia Fernando Pessoa, "As cidades mudam, mas os campos são eternos."
As cidades nem são feitas para a chuva. Já deram conta, que quando chove a cidade desintegra-se?
"A minha araucária resistir-lhes-á. A minha araucária resistir-me-á a mim. A minha araucária resistirá àqueles que me viram vivo e resistirá com certeza aos meus livros, esses com que também eu vou tentando vencer a morte, num jogo tonto com que tantos escolhemos enganar-nos, porque como nenhum outro, e mesmo sabendo que nos enganamos, conseguimos enganar-nos tão bem e durante tanto tempo."
Estou no início deste livro, por isso, e porque o conceito em si, fascina-me, vamos acompanhar esta leitura!
Não faço ideia do tema do livro, mas só pelo titulo e capa, o primeiro volume está na minha lista de desejos. Este juntar-se-á.
ResponderEliminarSão diários da vida do escritor. Pequenos trechos íntimos sobre as pessoas que habitam a sua aldeia e por vezes o seu próprio estado de espirito sobre as situações e a própria vida. Pelo conceito em si, acho bastante interessante, uma vez que o Joel Neto não nos limita a apresentar um diário da sua vida, mas a mostrar-nos uma vivência que para muitos é estranha. A vida no campo.
EliminarQue interessante :)
EliminarEntretanto, também ouvi uma conversa com o autor, no programa sociedade civil, https://www.rtp.pt/play/p8271/e584416/sociedade-civil
EliminarObrigada pela dica. Fiquei com curiosidade de ver.
EliminarEste comentário foi removido pelo autor.
ResponderEliminar