O PERFUME DAS FLORES À NOITE - LEILA SLIMANI
"A mim o que me faz medo é o mundo lá fora. São os outros, a sua violência, a sua agitação. Nunca tive medo da solidão."
Pela primeira vez permiti-me ler Leila Slimani. Digo, permiti-me, porque fazia de conta que não a via.
Acreditem! O vício é grande, as distrações enormes, as solicitações transbordam o rio, os escritores e os seus livros guardados na estante imensos, e eu, de quando em vez, simulo que não estou a ver.
Já admiti que leria tudo o que me viesse parar às mãos, teria tempo para todos os livros onde deitasse o olho; hoje aceito que não será assim.
Já consigo compreender que não sou eterna, eles, os livros, irão ultrapassar-me.
Por isso, desinteressei-me quando publicou "Canção Doce", foi fácil fugir aí; "No Jardim do Ogre", mais dificil, mas passou; "O País dos Outros" ainda esteve na minha mão, mas voltou à estante da livraria e "O Perfume das Flores à Noite", cercou-me por todos os lados e venceu a batalha.
Agora, já não tenho escolha; terei de esticar um pouquinho mais a minha não eternidade para caminhar sobre as linhas de Leila Slimani e nos seus livros que deixei para trás.
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