Carlos Ruiz Zafón
Também hoje, não venho falar de um livro mas de um escritor. Carlos Ruiz Zafón.
Foi com alguma perplexidade e profunda tristeza que soube da morte de Zafón.
Neste Blog tenho já dois Post´s sobre livros do autor. Lidos muito recentemente.
Como referi quando referenciei o livro A Sombra do Vento, demorei anos a convencer-me que merecia a pena tentar ler Zafón.
Já fiz a minha meia culta aqui também, por ter perdido tanto tempo em indecisões.
Há anos que poderia admirar Zafón, mas faço-o apenas há alguns meses.
Marina ficará sempre no meu imaginário. É particularmente arrepiante a referencia que o autor faz do livro. "À medida que avançava na escrita, tudo naquela história começou a ter sabor a despedida e, quando a terminei, tive a impressão de que qualquer coisa dentro de mim, qualquer coisa que ainda hoje não sei muito bem o que era, mas de que sinto falta dia a dia, ficou ali para sempre."
Marina era um dos seus livros favoritos. Li-o o mês passado, encantada com as palavras do escritor na contra capa.
Editado pela primeira vez em 1999, é a história que precede o universo de O Cemitério dos Livros.
É um livro marcante, com aquele final de história que nos atravessa por inteiro, e que nos deixa sem palavras.
Zafón tinha muito disso, frases e textos que nos deixam sem argumentos, completamente desacautelados.
Deixo aqui as frases que mais me marcaram! Um pequeno caminho para a grande descoberta de Zafón!
"Aqui estão as recordações de centenas de pessoas, das suas vidas, dos seus sentimentos, das suas ilusões, da sua ausência, dos sonhos que nunca chegaram a realizar, das decepções, dos enganos e dos amores não correspondidos que lhes envenenaram as vidas..."
"Não se pode entender nada da vida enquanto não entendermos a morte."
"As derrotas em silêncio sabem melhor..."
"... a vida de artista é uma vida de risco, incerteza e, quase sempre, de pobreza. Não se escolhe; ela escolhe-nos a nós."
"-O tempo faz ao corpo o que a estupidez faz à alma-"
"-A verdade não se encontra, meu filho. Ela encontra-nos a nós."
"O que fica de nós são as nossas acções, o bem ou o mal que fazemos aos nossos semelhantes."
"...ninguém merece ter um cêntimo a mais do que aquilo que está disposto a oferecer àqueles que precisam mais do que ele... a vida nos costuma oferecer aquilo que não procuramos nela."
"O tempo não nos torna mais sábios, apenas mais cobardes."
"Cada livros, cada volume que vês, tem alma. A alma de quem o escreveu e a alma de que os leu e viveram e sonharam com ele. De cada vez que um livro muda de mãos, de cada vez que alguém desliza o olhar pelas páginas, o seu espírito cresce e robustece-se."
"As palavra com que se envenena o coração de um filho, por tacanhez ou por ignorância, ficam endurecidas na memória e mais tarde ou mais cedo queimam-lhe a alma."
"Dizia-me que existimos enquanto alguém nos recorda."
"...com o tempo verá que o que conta ás vezes não é o que se dá, mas o que se cede."
"Falar é de ignorantes; calar é de cobardes; ouvir é de sábios."
"O coração da fêmea é um dédalo de subtilezas que desafia a mente grosseira do macho trapalhão. Se quiser de facto possuir uma mulher, tem de pensar como ela, e a primeira coisa é conquistar-lhe a alma. O resto, o doce envoltório macio que nos faz perder a razão e a virtude, vem por acréscimo."
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