DIA INTERNACIONAL DO LIVRO INFANTIL - 2 DE ABRIL
Hoje não vos quero maçar muito. Apenas dizer que somos todos crianças e que os centímetros que nos separam do chão vão variando com a idade, com os cabelos brancos, com o casamento e os filhos, com a vida que se transforma num emaranhado de correrias e canseiras, mas que nunca deixamos de ser crianças.
Eu não corria quando era criança. Talvez para a brincadeira! Para jogar à bola com os rapazes no recreio da escola, ao berlinde e ao toca e foge, à apanhada. Para o resto não!
Sempre fui a última a sair da mesa nas refeições, a última a atravessar a rua para o passeio da escola, a última a chegar ao pé da mãe junto ao muro que trazia o lanche. A última a entrar na conversa dos adultos. A última a dar conta que a carreira que nos levava da praia até a casa estava quase a partir e que eu ainda estava no mesmo sitio.
Quem me conheceu nessa época só se poderia referir a mim como parada.
Se não era brincadeira não corria, andava. Devagar, devagarinho que o dia é longo e dá para tudo.
Deixamos de acreditar que dá para tudo quando crescemos.
Eu acreditava que poderia ter um casal de formigas. Era um assunto sério esta minha demanda para adquirir um casal de formigas.
Mas enfim! Eu disse que não queria maçar muito.
Apenas quero mostrar aquilo que guardo na gazeta da minha mesa de cabeceira.
Os meus primeiros livros infantis. Um meu, dois da minha irmã que era mais velha, recebia primeiro e eu herdava depois.
Fiquei com os três na hora de mudar de casa e trazer o que é nosso.
Colecção Pintarroxo. Editora Infantil Majora
Ainda há por aí alguém que se lembre?
Adaptação de lendas e contos.
Estão amarelinhos do tempo, quase desfeitos do uso.
Hoje em dia o que não falta nesta casa são livros infantis, com capas coloridas e lombada dura. Histórias que já foram lidas e relidas.
Poderia referir muitos, mas fico-me pelo "O Tubarão na Banheira" de David Machado. Foi lido tantas vezes em voz alta. Decorei-lhe os cantos. As cores, as imagens, o avô e o neto, o tubarão dentro de uma banheira. Decorei-o tanto como o meu "O Conselho do Chimpanzé Barbaças"
Isto também é ser criança, e a que eu tenho cá em casa (ela não vai ler isto, por isso eu posso ainda chamá-la de criança!), também não tem muita pressa nem se dá a grandes correrias.
Um dia feliz para todos vós neste dia Internacional do Livro Infantil.
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