DORES - MARIA TERESA HORTA
Quando a vida abandona-nos, a solução será abandonar a vida.
Tocante este "Dores" de Maria Teresa Horta.
Cheguei-me pela primeira vez a esta escritora. Compreendi que ainda tenho muito que aprender. Que ainda existem muitos bons escritores para descobrir e muitos deles na minha língua.
Ainda no seguimento da resenha anterior, nada como abrir a vista e olhar um pouco para os lados. Esticar um pouco o pescoço e procurar o que está para além da montra do expositor.
Sim! O expositor das livrarias por estes dias iludem-nos.
Esta é a história de Judite. Um conto comovente de uma menina que não é estranha nem esquisita, nem louca, mas está rodeada de vergonha.
Uma menina cuja mãe abandonou, o pai a ignora, a avó materna amou mas morreu, e a madrasta materna destruirá.
O que fazemos quando não temos ninguém á nossa beira? Quando o pequeno mundo que conhecemos porque somos também assim pequenos se desmancha e desfaz primitivamente.
Judite. Tenho o peito inundado desta órfã da vida, desta infância inacabada.
Quase que a vejo caminhar torcida por aqueles campos, na beira daquele rio, na esperança da desesperança.
Aceito-lhe o vazio imaculado, até o destino.
"Quero escrever livros, quando for grande quero escrever livros."
Sem comentários:
Enviar um comentário