O BOSQUE DA NOITE - DJUNA BARNES
Vou fazer uma opinião curta sobre este livro.
Não me desagradou, nada disso significa esta expressão; apenas sinto que terei de relê-lo continuamente para expressar verdadeiramente aquilo que sinto e aquilo que li.
Optei por carregá-lo comigo nos meus curtos cinco dias de férias, na alegria que o devoraria a ele e a mais uns quantos; dei por mim, absorta nas suas páginas de leitura lenta; o livro assim o exige, fechada num quarto com a janela aberta enquanto lá fora chovia miúdo. Agradeci a Deus um tempo tão inóspito e despropositado, as vizinhas conversavam no patamar das suas casas e o seu som difuso chegava até mim no andar de cima.
Se me pedirem para eu definir o ócio, direi sem sobra de dúvida que estar à janela a ler um livro e ouvir as vizinhas emprestadas em terra antiga é uma definição de ócio muito bem conseguida.
Quanto ao "O Bosque da Noite", como é dito na introdução de T.S.Eliot, esta é uma prosa inteiramente viva e vai exigir de mim mais do que eu estive preparada para lhe dar; assim terei que voltar e voltar e quem sabe voltar, até tomar como certa esta ambiguidade, fatalidade simbolizada na linguagem.
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