[A]RISCAR EM CASTELO DE VIDE - Luís Pedro Cruz
Foi com surpresa que numa visita á Livraria Ler Devagar, em Óbidos encontrei este livro.
Castelo de Vide é a terra do meu avô paterno, e recordo com ternura algumas férias que por lá passei!
O livro é repleto de desenhos das casas, das ruas, dos fontanários, das paisagens e das igrejas... é o lugar em si, mas em vez de ser pintado numa tela ou imortalizado numa fotografia é desenhado em papel branco e lápis de carvão 2b.
Em 2018, no final de Agosto, e ao fim de mais de dezasseis anos, voltei lá com a minha filha para lhe poder mostrar o que é Castelo de Vide.
Foi um regresso emocionado a uma terra de sossego, que acima de tudo nos traz paz e simplicidade.
Acredito que quem nunca por lá tenha parado o livro diz pouco, mas é um grande guia turístico para quem gosta de explorar os lugares alheios. Pode até criar o bichinho do interesse, e aproveitar o livro para umas férias cá dentro e leva-lo consigo e tentar descobrir cada canto desenhado no livro!
A vila ainda é marcadamente judaica. Aliás estamos numa zona do país em que existem ainda muitas marcas evidentes, tanto dos Judeus como dos Muçulmanos. A própria construção das casas mais antigas, as Judiarias que ainda existem, e mesmo os costumes e tradições. Falo da Páscoa que em Castelo de Vide ainda é celebrada com tradições antigas judaicas.
Não esquecer... Jesus Cristo era Judeu!
Para quem já lá foi o livro é mais vivo. É engraçado comparar o que se viu e descobrir o que ficou por ver. Pode ser uma desculpa para lá voltar.
E lá voltar, nunca é tempo perdido.
Para mim que tenho Castelo de Vide no coração, o regresso é sempre uma graça. E não o digo por ser terra do meu avô, digo porque sempre que lá fui senti que era lá um dos meus lugares.
Assim como sinto Óbidos como meu lugar, Benedita ou Fátima.
Lugares onde a paz está comigo.
"Já na fonte, esta convoca-nos á concentração e permite retemperar forças. Tudo á volta é íngreme, tudo á volta converge para ela e aqui descansa-se. depois reiniciam-se novos percursos." pág.114
Estes caminhos são verdadeiramente peregrinos.
Voltei a fazê-los em 2018, num final de tarde de calor abrasador e o "bálio" das ovelhas ao longe, a Serra que se estende até perder de vista, a calma e o sossego, enfim a paz que nos invade, nos leva para um retempero do corpo e da alma que até aí não acharia possível em circunstância alguma.
Mais do que aconselhar o livro, aconselho também uns dias em Castelo de Vide e em tudo o que o rodeia.
O Alentejo tem outro aroma!
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