20 de abril de 2021

 


PATRÍCIA REIS

(ENTREVISTA NO JORNAL DE LETRAS DE 7 A 20 DE ABRIL)



Li apenas, um livro da Patrícia Reis - Antes de ser Feliz - Li-o o ano passado com opinião no Blogue.
Se gostei? Gostei muito.
Porque é que gostei? Bom, vou tentar explicar.
Relações pessoais... relações humanas. 
A história de "Antes de ser Feliz", não é uma história arrebatadora, não tem personagens gloriosas, mas têm o quê da vida.
Aquilo que nos faz. 
O que somos e o que deixamos de ser e aquilo que os outros podem ou não fazer por nós.

Sou uma pessoa que gosta de "petiscar" em vários géneros literários. As minhas escolhas e os livros que compro tem sempre uma tentativa de alcançar a maior variedade possível. Aquilo que pretendo é ler. É ai que eu encontro o meu caminho. 
Por isso vou aos policiais, ao romance histórico, o conto de vez em quando, os livros de fantasia e mais do que tudo, aos romances. Ali onde se fala daquilo que os seres humanos podem ser uns para os outros ou tão somente para si próprios.
Patrícia Reis vai mais longe. Engloba na sua capacidade de ler os outros e a sua visão, o tema da família. 
A família que atravessa em tão poucos anos uma desestruturação e reformulação incompreensíveis, por exemplo, aos olhos dos meus avôs.
A minha opinião é só uma opinião e sustenta-se apenas num único livro que li da Patrícia Reis. 
Inclui-o nas minhas melhores leituras de 2020. (ver publicação que saiu aqui no Blogue a 31 de Dezembro)

Quando começou a ser divulgado o lançamento do novo livro da Patrícia Reis "da meia noite às seis", confesso que fiquei com o pé atrás. Queria muito voltar a ler um livro seu, mas não tinha vontade nenhuma de ler um livro em que o tema Covid-19 é abordado diretamente.
Estou tão farta e cansada desse malfadado assunto que procuro mantê-lo longe das minhas leituras e dos meus livros, e até das minhas escolhas.
Depois veio esta entrevista no Jornal de Letras e quando a páginas tantas, a Patrícia Reis responde isto;
"De repente surgiu-me a Susana Ribeiro de Andrade. O [José Eduardo] Agualusa diz que sonha os livros, no meu caso as personagens aparecem-me (...). Quando surge uma personagem sente-se uma mudança de alma. Passamos a ter alguém que vive connosco todos os dias."
De repente identifiquei-me com esta resposta, mas de um forma diferente, claro. 
A minha relação com os livros procuram isso mesmo, alguém que me aparece e que eu procuro em cada página. Alguém em quem eu possa sentir a sua alma. Senti-la de tal forma que passa a viver comigo todos os dias. 
Nem sempre encontro essa personagem, apesar de a procurar em cada livro. Mas digo-vos! Consigo encontra-la muitas vezes.
Parece-me que se tornou importante ler este livro.






1 comentário: