10 de abril de 2020


O Principezinho - Antoine de Saint-Exupéry
Parte I

Anotado por José Luís Peixoto, Ilustrado por Hugo Makarov



Comprei esta edição em 2016 por acaso e até então nunca tinha lido O Principezinho! 
Que falha grave... nunca ter lido O Principezinho.
É interessante verificarmos como a nossa evolução tem tendência a seguir certos caminhos que consideramos mais sérios e mais evolutivos e deixamos para trás as coisas simples e belas.
Na época em que deveria ter lido O Principezinho, não o li, porque achei que o livro era demasiado infantil. Nessa altura não havia o PNL (Plano Nacional de Leitura), e na escola não se incutia o gosto e a diversificação da leitura. O livro era o nosso livro de Português.
No tempo em que deveria ter lido O Principezinho, lia Agatha Christie e policiais, Eça de Queirós e romances.
Sinceramente, olhava para o livro O Principezinho, como um livro fútil e demasiado abonecado.
Mas é como o próprio autor escreve. " O essencial é invisível aos olhos."

O livro é um livro de valores. 

Um livro povoado de pessoas crescidas e muito sérias. 
Damo-nos conta que as crianças vivem sempre sós, sem ter alguém com quem realmente pudessem falar, porque os seus pensamentos não são compreendidos pelos adultos.
Percebemos que os adultos procuram a pressa, o lucro, a segurança, a lógica, a precisão e que as crianças procuram a imaginação.
Pior que crescer é esquecer!
"O sítio de onde eu venho é muito pequeno. preciso de uma ovelha. Desenha-me uma ovelha. E eu desenhei.
Ele examinou o meu desenho com atenção e disse: 
-Não. Essa já está muito doente. Faz outra.
E eu fiz.
O meu amigo sorriu meigamente, com indulgência.
-Olha lá... Isto não é uma ovelha, é um carneiro. Tem chifres...
Refiz o desenho mais uma vez.
Mas ele foi recusado, tal como os anteriores.
-Essa é velha de mais. Eu quero uma ovelha que viva muito tempo.
E foi então que, prestes a perder a paciência, porque tinha pressa de começar a desmontar o motor, rabisquei este desenho:
e disse-lhe:
-Aqui tens uma caixa. A ovelha que tu queres está lá dentro.
Quando vi o rosto do me jovem juiz iluminar-se, fiquei muito admirado.
-Era mesmo isto que eu queria! Achas que esta ovelha precisa de muita erva?
-Porquê?
-Porque o sitio onde vivo é muito pequeno...
-De certeza que é suficiente. A ovelha que te dei é pequenina.
Ele inclinou a cabeça na direcção do desenho.
-Assim tão pequena também não... Olha!
Adormeceu...
E foi assim que eu conheci o Principezinho"








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