O Regresso do Desejado - Ricardo Correia
Sempre gostei de romances históricos.
Para além da parte histórica que por norma é sempre bem trabalhada pelos escritores, aliar isso ao romance é notável.
É como contar uma história em cima de outra história que sabemos que foi real e que se passaram noutros tempos no nosso país.
Digo nosso país, porque por norma escolho romances históricos sobre a história de Portugal.
Mas também os há de outros países como França e Inglaterra. Esses ficarão para outra altura
É a melhor forma de conhecermos o nosso passado, e de nos orgulharmos ou não dele.
Há uma parte da história de Portugal que nos é especialmente amarga.
A Batalha de Alcácer-Quibir, a derrota, e a perda de D. Sebastião e a independência para o Rei de Espanha.
Culpamos D. Sebastião por ter sido tão imaturo, mas continuamos a suspirar por ele cada vez que temos nevoeiro. E digo-vos, aqui para os meus lados, temos sempre muitos dias de nevoeiro!
Mas depois existe o livro, o escritor e a inspiração... e se na derrota de Alcácer-Quibir, o rei não tivesse morrido? E se em vez dos Espanhóis terem controlado os territórios portugueses na Europa e nas colónias, tivesse sido Portugal que tivesse controlado os territórios Espanhóis?
Há pois é!
Interessante, não é?
A história será uma trilogia, e o primeiro volume intitula-se Ascensão e o segundo volume Inquisição.
O primeiro volume foi editado em 2018, e tive de esperar por 2019 para poder ler o segundo volume.
Tendo em conta que não passam de ficção, e é nessa base que temos de partir para a sua leitura, as personagens retratadas são as da época, como o Rei D. Sebastião de Portugal, o Rei D. Felipe de Espanha e até a casa de Habsburgos.
Este segundo volume é particularmente interessante porque retrata a época - na minha opinião mais vergonhosa da Santa Sé - da Inquisição.
Assim como nos dias de hoje, também no tempo de El-Rei D. Sebastião, a maioria das ideias estavam ultrapassadas. "Precisamos de paz, da ciência, dos desenvolvimentos, do ouro. É nesse sentido que precisais de estabelecer um governo forte e capaz, de vos rodear daqueles que vos são fiéis, e de mostrar que o rei está acima de todos, não como uma estátua, mas como protector."
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