O dia em que perdemos a cabeça
O dia em que perdemos o amor
Javier Castillo
Admito que as expectativas com que parti para este dois livros de Javier Castillo eram muito grandes.
Provavelmente altas demais para o género literário em que eles se inserem, e de quem eu em tempos devorava, e hoje muitos anos depois já não vejo com o mesmo interesse.
Como já referi uma ou duas vezes, não considero um género menor dentro do panorama literário, mas acredito que em todos os leitores existem fases da nossa vida que estamos mais virados para determinadas coisas do que outras.
No tempo em que tinha 20 anos este era o meu estilo de livro. Poderia ser devorado numa tarde de Domingo na esplanada da Inatel da Foz do Arelho. Super!!
Com os anos os triller´s foram desencantando-me, e caminhei para outras estradas.
Não deixo de considerar uma boa leitura. Lê-se, é certo, com muita vontade de chegar ao fim e descobrir a lógica de tudo aquilo. É sem sombra de dúvidas uma leitura viciante que não encontramos noutras paragens.
Quanto a Javier Castillo e a estes dois livros específicos, o tema é mais complexo.
Muita informação, muitos comentários em Blog´s, no Goodreads e na impressa escrita, e muitos livros vendidos.
A leitura é viciante, tem de ser seguida para se perceber. Javier Castillo um fenómeno literário. As capas são lindíssimas.
O que é que eu achei? Há, pois... é isso que importa! Pelo menos aqui.
Vamos lá!
Os capítulos são pequenos o que torna fácil a forma como vamos evoluindo na história. É muito fácil, e fazemos quase sem dar por isso. Ler 100 páginas. Upps... já li isto tudo?
É realmente simples... para terem uma ideia não demorei uma semana a ler os dois volumes.
Para a minha realidade posso considerar que foi um tempo curtíssimo, dado que a minha disponibilidade diária para ler não é muita.
Não sei porquê, quando li as críticas e as opiniões no Goodreads e em outros Blog´s, fiquei com a ideia que a história seria diferente, e confesso que graças a essa percepção o primeiro livro foi-me estranho.
Considero a base da história sólida, mas por vezes tem pouca lógica. Algumas personagens, pelo enredo seriam ou são importantes, mas as suas vivências desvanecem-se.
Contudo, a forma como o escritor vai contando a história e o desenrolar dos acontecimentos, são o suficiente para manter o livro até ao fim.
Tomei até a decisão de ler o segundo volume "O dia em que perdemos o amor", porque o primeiro deixa demasiadas pontas soltas, que para mim, dentro de mim, precisavam de respostas. Eu queria essas respostas!
Do primeiro livro fica a luta trágica de um pai em busca das filhas.
A melhor parte do livro é o interrogatório da inspectora do FBI ao chamado "Decapitor".
Quando duas pessoas de reencontram, e só uma sabe quem é a outra.
É curioso assistir a essa conversa, quando uma pessoa conta uma história e faz questão de a contar de inicio, história essa que foi vivida pelos dois, e quem a ouve, não sabe nem sonha que se fala dela própria.
"- Diz-me Jacob, porque foste detido?
- Porque precisava de te encontrar, Stella Hyden."
Não gostei do fim do primeiro livro, considero a personagem principal Amanda muito fragilizada e aquilo que se passou na sua vida não foi explicado. Ficaram muitas pontas soltas nessa parte.
O seu desaparecimento, o que lhe aconteceu e o porquê do seu destino ser diferente das demais.
A forma como ela se relembra da sua vida anterior é muito pouco explorada.
Enquanto que Jacob e Steven, o pai, tem oportunidade ao longo do livro de desenvolver as suas histórias, a de Amanda fica apenas pelas suposições.
No segundo livro, "O dia em que perdemos o amor", a história reinventa-se, e os objectivos são outros.
Crescem outras personagens, e floresce a personagem "esquecida", do primeiro livro, Cláudia.
Amanda mais uma vez passa a ser uma personagem de segundo plano e a sua existência torna-se repetida.
Dá até que pensar... Lá vamos nós outra vez!
Apesar de serem dois volumes ligados e apesar de existirem certas continuações e até certas resposta que só obtemos no segundo volume, a história de "O dia em que perdemos o amor", é sobre outra personagem.
Aquilo que Amanda, Jacob ou Steven foram ou precisam de ser importa pouco ou tem pouca relevância no segundo livro.
Este espelha a vida de Cláudia, a irmã mais nova de Amanda que desapareceu na mesma altura e que nunca foi encontrada e se suponha morta.
"A imaginação de uma criança com delírios que brincou durante dias pondo toda a gente contra o seu próprio dogma."
Cláudia revela-se surpreendentemente pela negativa em todos os aspectos. O fanatismo que destrói.
Mesmo tendo terminado a leitura deste dois volumes no passado mês de Junho, ainda me sinto um pouco confusa quanto há história.
Tive muitas dúvidas em relação ao Post a publicar. Não posso afirmar que não gostei, que achei pobre, que não me encantou, porque quando isso acontece não leio até ao fim nenhum livro.
No entanto estou confusa, fiquei confusa, ainda estou confusa! Não consegui largar o livro. Li o primeiro e peguei no segundo logo a seguir.
A história deixo-me sentimentos inexplicáveis.
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