VERITY - COLLEEN HOOVER
A curiosidade mata-nos como ratos. E em "Verity" fui apanhada na armadilha.
"Contudo... apesar do meu aviso generoso... continuará a absorver as minhas palavras, porque é assim que o leitor é.
Humano.
Curioso.
Continue."
Verity é uma escritora de sucesso que sofre um acidente de carro que a deixa incapacitada. Verity ainda tem três volumes para concluir da sua série de sucesso.
Jeremy é o seu dedicado marido.
Lowen Ashleigh a escritora que aceita terminar os três volumes em falta.
Convém dizer que antes do acidente de Verity já a família tinha perdido as duas filhas gémeas em circunstâncias diferentes. Uma família desfeita pela dor, na menor das hipóteses.
Lowen é uma rapariga com dificuldades financeiras, cujas vendas dos seus livros são irrisórias. Uma escritora invisível, que não se expõe publicamente, nem vende a sua imagem. A juntar a isto tudo a perda recente da mãe por quem não tinha uma situação de amor estável. Esta falta de conexão com a mãe foi alimentada pelo seu problema de sonambulismo.
Se a morte de quem amamos é dolorosa, a morte de quem não mantivemos um relacionamento saudável, não será de todo menos pesada.
Para conhecer o ambiente de Verity, Lowen aceita passar uns dias na sua casa a trabalhar e pesquisar nos documentos da mesma. Passar uns dias em sua casa significa viver no seu ambiente, com o seu marido e o seu filho sobrevivente e com a própria Verity, incapacitada numa cama.
Aqui, Lowen depara-se com uma realidade bem acima do que a sua mente consegue assimilar.
E confesso que assim que Lowen entra naquela casa toda a história passa a ter um significado dúbio para mim.
Começo a ficar com o pé atrás, na perspetiva de até onde a Colleen Hoover nos quer levar.
O túnel terá de ter um fim, e ao longo das páginas que devorei em cada momento disponível, tudo me passou pela cabeça. A inocência e a culpa dançavam constantemente de personagem para personagem.
A verdade espreitava e espreitava, mas nunca se deixava realmente ver. A sério? Isto está mesmo a acontecer.
Quando Lowen descobre o diário de Verity, a maldade recaí demasiado sobre Verity. Cheguei a pensar isso mesmo... está a recair demasiado sobre ela, será possível.
Lowen fica demasiado tempo presa àquela casa sem escapatória e esse tempo infelizmente apenas a prende cada vez mais a essa teia sem fim.
A sua presença parece que é manipulada, com todas as dificuldades. A transferência do adiantamento que não aparece e parece atrasar-se, a sua inscrição num apartamento que estava aprovada e que subitamente deixou de estar.
Lowen vê-se portanto enredada num fio demasiado cumprido para ela. Mas quem a manipula? O que é que vocês acham?
E agora? Em todos os triller´s podemos saltar do sofá em cada capítulo, podemos surpreender-nos em cada passagem ou descoberta, mas o final está lá, claro como a água.
Verity muda isso tudo! Para mim o final não é claro.
Perdoem-me se a minha interpretação está assim tão fora do que possam ter entendido do livro. Mas o que vejo é isso mesmo!
Jeremy não é assim tão inocente, Verity não é tão culpada ou louca e Lowen não tem consciência donde se foi meter.
A carta que Lowen descobriu de Verity desperta todas estas dúvidas.
Se Jeremy conhecia o manuscrito a realidade não é o que parece.
Quase que diria que temos tema para uma continuação.
Quanto a Colleen Hoover, continua a ser aquela que não desilude. Surpreendente!
Nunca li esta autora.
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