INDOMÁVEL - GLENNON DOYLE
Quando publicitei no Blog que iria ler este livro para o meu projeto "Ler com elas", em Março, também disse que tinha sérias dúvidas sobre o mesmo. Já li críticas muito boas e também já li críticas muito más.
As críticas boas, até estão na contracapa do próprio livro com nomes tão importantes como Adele, ou Elizabeth Gilbert.
Quando comprei o livro, senti um arrepio na espinha. Uma precipitação que não parava de martelar na minha cabeça, como que diz "fizeste asneira!". Mas para sossegar as dúvidas passei pelo Goodreads, e o livro está classificado com um belíssimo 4.07. Na boa! Adele deve estar certa.
A verdade é que a dúvida não me largava e voltei ao Goodreads para ler as opiniões e posso dizer que foi a minha primeira desilusão.
A média das notas é de 1; 2; 3 no máximo. Aparece um ou dois 4, e depois aparece um 5 estrelas dado pela própria escritora. Confesso que senti-me enganada. Não considero que o escritor tenha o direito de classificar o seu próprio livro.
Este é o meu primeiro reparo. Vamos ao resto!
Posso dizer que o começo do livro interessou-me. A história da chita, a história do Urso Pardo. As metáforas que a escritora construiu em torno destes enredos era algo que prometia.
Os estereótipos que sufocam as mulheres. A falta de liberdade de movimentos que se perdem com a educação que temos. O capítulo sobre as Regras, bastante bem conseguido. Define uma mulher. No meu entender define mal. Para a escritora quer dizer que ser mulher é cumprir regras até ao limite das suas forças e na maioria das vezes apenas faz figuras tolas, para mim significa que só nós é que somos capazes de fazer o que fazemos, e de tolas não temos nada! O que está ali, para mim é a nossa capacidade de superação.
Mas foi apenas isso!
Quando cheguei à página cinquenta e muitos, já não esperava que o livro desse mais nada do que uma repetição e repetição das escolhas e dos caminhos da própria.
A escritora relata o seu "enjaulamento" desde os dez anos, a sua vida de drogas e álcool, da infidelidade do marido e de como foi salva por uma relação com outra mulher.
Não se salvou a ela própria nem encontrou por ela o caminho, mas foi outra pessoa que a salvou.
"Qualquer mulher tem uma ânsia dentro de si", diz a escritora.
Sim, temos. E ainda bem!
Somos mulheres.
Por sermos mulheres, não fazemos as coisas por metade, não amamos por metade, não trabalhamos por metade. Somos empenho! Fazemos empenho!
As grandes personagens dos grandes livros, mulheres, tem essencialmente, empenho, ânsia, devoção, seja pelo que for. Pela sua vida, pela vida dos seus filhos, pelo seu amor, pelo seu trabalho, pelas suas convicções.
Cath de "Fangirl", Eleanor de "Eleanor & Park", Bella da Saga "Twilight", Ítala de "Não te Mexas", Eleanor de "A educação de Eleanor", Meggie de "Pássaros Feridos", Sorcha de " A Filha da Floresta", Alice do "Labirinto dos Espíritos", e tantas, tantas outras.
Podem ajudar-me aqui nesta parte e referir outras personagens femininas de livros que vos marcaram.
Podem ajudar-me aqui nesta parte e referir outras personagens femininas de livros que vos marcaram.
Quando eu leio um livro ando sempre à procura da personagem feminina, porque é ela, só ela que tem a capacidade para ser "a personagem".
E nós! Que não somos personagens de livros, que não somos estrelas de cinema, nem escrevemos livros, nem somos nenhuma alma rara, somos igualmente tão essenciais na nossa condição de mulher como qualquer outra.
Se somos condicionadas na vida por ser mulheres? Sim.
Se comparativamente aos homens temos menos oportunidades e menos liberdade? Sim.
Se somos vítimas fáceis dos outros, da maledicência alheia? Sim.
Se somos constantemente condenadas pelas outras mulheres? Sim.
Temos padrões e valores mais acima. Condenamos, criticamos, trabalhamos e esforçamo-nos mais!
Por norma, morremos depois. Isso deve querer dizer alguma coisa
Aceito que o livro tenha frases inspiradoras, mas em contextos deturpados. Tirando isso, não tem mais nada.
É apenas um desfiar das suas próprias fragilidades como ser humano, as suas razões para seguir certos e determinados caminho e até a sua falta de humildade em relação aos outros. É muito crítica a escritora em relação a outros. Não deixa de ser curioso.
A sua própria experiencia não é propriamente a libertação de nada em concreto, e a forma como se descreve "presa" acaba até por ser bastante desconexo com a sua própria realidade.
Estreio neste Blogue a frase "Não gostei" e "Não recomendo"
Basicamente é uma eterna repetição, sem nos dar nada de realmente novo ou mesmo inspirador.
Não conhecia o livro e já fica a ideia de nem perder tempo.
ResponderEliminarAcrescentaria às personagens femininas, Kya de Lá onde o vento chora :)
ResponderEliminarObrigada Susana... é isso mesmo... vamos aproveitar esta desilusão para pelo menos nos lembrarmos das grandes personagens femininas que nos marcaram.
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