15 de março de 2021

 


LEIA MENOS... MAS MELHOR


"Quando toda a gente diz leia mais, nós dizemos leia menos. Leia menos livros dos tops, dos autores de sempre, dos géneros de sempre, das histórias de sempre. Desafie-se. Leia menos, mas escolha melhor as suas leituras. Arrisque. Experimente autores jovens, não galardoados, escritores não ocidentais, poetas. Leia uma peça de teatro, contos, livros que não sejam também filmes ou séries de TV."
E leia mais... mulheres."


As frases que cito em cima, não são minhas... são citações incluídas no Blog literário WOOKacontece.
A verdade é que por preguiça ou por modas, temos tendência a seguir as correntes do momento. Hoje em dia todos queremos ler autores que estão sempre no Top de Vendas. Aqueles que ganharam os prémios que por aí circulam. São uma garantia que o que estamos a comprar é uma boa compra e que o dinheiro não é mal gasto.
Por vezes, neste deve e haver, não nos lembramos que as nossas tendências e os nossos gostos variam de pessoa para pessoa e a mais da vezes damos com um livro na mão, recordista de vendas, com milhentas edições mas que não chegamos nem a metade. São pequenas desilusões.
Como comprar um livro é algo ainda fora das carteiras dos demais, arriscar a comprar ás cegas é meio caminho andado para o abandono da leitura.

Estou a divagar! Não era bem este caminho que queria seguir. Aquilo que queria dizer era que esta publicação fez-me pensar  e olhando à minha volta dei-me conta que a minha estante de livros para os próximos tempos está efetivamente cheia de títulos que circulam nos tops de vendas, ou já circularam em tempos, muito recentes.
O único livro que por cá espera a sua vez que não faz ou fez parte desse grupo anteriormente já referido é "Crónicas de Adolescente" de João Mota e Milton Dias, e foi uma oferta de natal.
Muitas das vezes também nos passam ao lado títulos já editados há alguns anos, ou que já foram escritos há anos mas que só agora as editoras portuguesas decidiram editar. Isabel Lucas na Revista da Ípsilon, na passada sexta-feira "falou" sobre um livro que foi publicado em 2014, mas que em Portugal aparece editado em 2020. O livro é "O QUE RESTA DA NOSSA VIDA" de Zeruya Shalev e foi editado pela editora Elsinore.



Zeruya Shalev é uma escritora israelita.
Isabel Lucas descreve-a assim "Poeta, romancista, editora, comparada a Amoz Oz ou David Grossman, tem seis romances publicados, um livro de poesia e dois títulos para a infância. Como grande marca da sua obra está a construção de uma gramática de relações íntimas, com destaque para a família, a sexualidade, o modo como as tensões exteriores afectam a vida mais privada. [Embora eu escreva romances íntimos, alguma pessoas querem absolutamente que eles reflictam o contexto sócio-político, o que não é "muitas vezes" o que pretendo fazer]disse, lembrando a violência como uma permanência no território onde nasceu e escreve."
Falamos de uma escritora israelita, marcada também ela por um conflito entre palestinianos e israelitas mas que pretende ser apenas uma activista da paz e não tomar partidos. Não deixou de o ser em 2004, apesar de ter ficado ferida num atentado à bomba por um palestiniano.

"A sua prosa é uma das mais elaboradas, poéticas, profundas da actual literatura em Israel e não só. Tal vez os mais cépticos, os que ainda não a leram, consigam dar-lhe o beneficio da dúvida, nomeadamente em relação a este romance, sabendo que um dos escritores vivos menos insuspeitos, o Nobel J.M.Coetzee, lhe chamou "muito impressionante."

Em Portugal a escritora só tem três livros editados, o último, aquele que estamos a falar apenas editado em 2020. A WOOK descreve-a como uma das escritoras israelitas mais lidas no mundo.
Anda-me a fugir muita coisa...

Estamos perante uma história familiar.
"Como é que o mais natural dos amores se transforma num amor desiludido?"
No caso especifico, no amor entre mãe e filha. 
"Hemda e o marido que nunca amou de verdade, um sobrevivente do holocausto, bonito e triste, incapaz de aprender a falar correctamente a língua estranha e que já vivia no Kibutz sempre à espera de ver a família regressar da Europa, até ser tarde demais.
Hemda que teve dois filhos, Dina, que associou sempre ao horror da perda do pai, cujo corpo repeliu, mesmo inconscientemente, e Avner, o rapaz, o protegido, o preferido, bonito como o pai, que se perdeu no primeiro amor que encontrou."

Não será propriamente um mar de rosas onde possamos caminhar ou apoiar a cabeça descansadas no sofá enquanto lemos. 
Eu tenho muita vontade de ler, e vocês?
 
 


1 comentário:

  1. Eu estou a ler menos, porque estou a ler diferente e a leitura não me prende tanto.
    Não tenho lido nada recente, em geral é algo que já está há algum tempo na estante.

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