A VIAGEM DO ELEFANTE - JOSÉ SARAMAGO
"Sempre chegamos ao sítio aonde nos esperam" - O livro dos itinerários
Sinopse: Em meados do século XVI o Rei D. João III ofereceu ao seu primo, o Arquiduque Maximiliano da Áustria, genro do Imperador Carlos V, um elefante indiano que há dois anos se encontrava em Belém, vindo da Índia.
Saramago aquando do lançamento do livro afirmou que não considerava este livro um romance, mas antes um conto.
Gostei muito da justificação que ele deu para essa sua opinião "porque lhe falta o que caracteriza em primeiro lugar um romance: uma história de amor - o elefante não conhece uma elefanta no caminho - e conflitos, crises."
Pelo que me foi dado a ler este facto histórico e verdadeiro não está documentado e o que se sabe é muito pouco, por isso há falta de dados concretos, Saramago imaginou por assim dizer uma viagem de um elefante no século XVI, mais precisamente entre 1550 e 1552.
O pobre do animal teve de fazer esta caminhada entre Lisboa e Viena.
Saramago em tempos foi a Salzburgo a convite da Universidade. É assim que ele relata como teve conhecimento desta história e como ele viu ali a possibilidade de criar um livro que pudesse contar esta viagem.
"Creio que no próprio dia da minha chegada fomos jantar com outros professores a um restaurante que se chamava "O Elefante". O simples nome do restaurante não era suficiente para despertar a minha curiosidade, mas a verdade é que lá dentro havia uma escultura relativamente grande representado um elefante e havia, sobretudo, um friso de pequenas esculturas que, entre a Torre de Belém, que era a primeira, e outra de um monumento ou edifício público que representava Viena, marcava o itinerário do elefante entre Lisboa e Viena. Perguntei-lhe o que era aquilo, ela contou-me e, naquele momento, eu senti que aquilo podia dar uma história."
Hoje, e especialmente neste livro não quero aqui dar muito a minha opinião, nem sequer fazer grandes referencias ao conteúdo do livro... não quero sequer, puxar pela vossa possível curiosidade em ler o mesmo.
É sabido que se faço e quando faço referencia a livros neste Blogue é porque os mesmos foram importantes para mim, de uma maneira ou de outra, e este "A Viagem do Elefante", é sem dúvida um livro no mínimo gratificante.
Em Novembro de 2008, o JN na sua secção de cultura faz referência ao lançamento do livro e às palavras de Saramago.
No fundo o que quero aqui apresentar após mais de dez anos são tão somente as palavras de Saramago sobre o seu próprio livro.
O escritor relata-o como uma metáfora da própria vida humana. A morte que nos acontece a todos sem nos dignificar a vida que tivemos.
"Sempre acabamos por chegar onde nos esperam. E o que é que nos espera? A morte, simplesmente."
Hoje, mas do que nunca assistimos à morte, sem que esta possa sequer honrar a vida que tivemos.
Nunca li.
ResponderEliminarUm dia terei que me aventurar a ler Saramago :)
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