28 de fevereiro de 2021

 


Pois é!
Hoje temos uma surpresa... uma convidada que escreveu uma opinião sobre um livro que leu recentemente.
A convidada é a Sónia Chaves e o livro "Na Terra Somos Brevemente Magníficos" de Ocean Voung
A partir daqui vou deixar a palavra....


NA TERRA SOMOS BREVEMENTE MAGNÍFICOS - OCEAN VOUNG


Ocean Voung, é um poeta, e isso sem dúvida reflete-se no seu primeiro romance.

Confesso que ao contrário da Rute (autora e mentora deste Blog), nunca fui desde muito nova, uma leitora disciplinada, preferindo antes, as artes manuais, como pintura, malha e bordados. Mas mesmo assim, aos treze anos li ás escondidas o Crime do Padre Amaro de Eça de Queirós.

No entanto, fui desafiada para escolher e escreve sobre um livro, e aqui têm, a minha opinião, desprovida de qualquer ciência. Apenas sentimento.
O livro surge, depois da publicação de um post feito por uma das figuras públicas que sigo e admiro. Depois de o ter lido duas vezes em cinco dias fiquei a pensar o que teria levado a Joana a fazê-lo?

Da parte dela não sei, da minha... bem, da minha existe uma palavra que engloba muitas outras. - Sentimentos.
O livro, misto de uma prosa e de poesia, traz-nos ao longo das suas páginas vários sentimentos. Alegria, medo, questionamento, presença profunda, mesmo que seja da própria solidão. De sentimentos que por vezes são crus de ler, porque quebram barreiras, preconceitos e tabus.
E de um amor, de vários amores, que mesmo com dor, nunca deixam de amar.
E por tudo isto e muito mais, um livro inquietante.

O livro é uma carta de um filho a uma mãe que não sabe ler, mas que um dia espera que esta, numa outra encarnação na qual ele próprio não sabe se acredita, o saiba fazer e se reconheça nele e se lembre dele.
Uma carta que retrata dor, perda, medos e amor.
Que liga a sua história de um rapaz vietnamita que cresce na América com a sua avó e a sua mãe. Que passaram pela guerra do Vietname, e pelos muitos "sofrimentos" que uma guerra trás. Do que é ser um rapaz vietnamita que cresce e vive na América. A terra de todos os sonhos. E do que é ser homossexual.

Mais do que uma carta é uma memória.
Uma memória deixada para a mãe, mas na minha opinião uma memória para e de quem ele amou e que já partiu. Para que não sejam esquecidos e para que ele nunca os esqueça.

Isso reflete-se quando ele escreve frases como;
"E foi por isso que peguei na criação mais solitário de Deus e te coloquei lá dentro.", ou "A memória é uma escolha".

E é isso que este livro é, um registo de memórias, para não esquecer; para nunca sentir a falta de ninguém, mesmo que não estejam connosco.

Espero que com este pequeno testemunho, traga-vos a vontade de ler, porque é a forma de sentir.
Até breve!









1 comentário:

  1. Acho que devíamos fazer mais registos. Eu arrependo-me de não ter feito alguns...

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