O SOBRINHO DO MÁGICO - AS CRÓNICAS DE NÁRNIA
C.S.LEWIS
Neil Gaiman, no seu "O que se vê da última fila", despertou-me para o mundo das crónicas de Nárnia.
Sim, é um clássico de literatura infantil e já o devia ter lido à muitos anos.
Gaiman entrou no mundo mágico de Nárnia com seis anos, e leu estes livros vezes e vezes sem conta.
Quando li o discurso de Gaiman "Três escritores. Sobre Lewis, Tolkien e Chesterton: discurso do convidado de honra do 35ª Mythcon", percebi que na minha juventude, e mesmo agora ainda vai-me passando ao largo muitas e muitas coisas.
Nunca li um livro, vezes e vezes sem conta! Nunca olhei sequer para as crónicas de Nárnia.
O Sobrinho do Mágico é o primeiro de sete livros que compõem as crónicas de Nárnia.
Conto apresentar-vos a minha opinião sobre os outros livros durante o ano de 2021. Porque apesar de ser classificado como um clássico de literatura infantil nada me impede de os ler. Nem os meus cabelos brancos!
É sem dúvida uma alegoria religiosa, que passou despercebida a Gaiman quando ele tinha seis anos, e se eu tivesse lido os livros com essa idade também me passava ao largo. Seria apenas uma história de encantar de mágicos e bruxas.
Com esta idade é mais do que um conto de fadas, é a representação do "Genesis" da Bíblia, com a personificação do bem e do mal.
A criação de um novo mundo, tal como o nosso e como as raízes da maldade e da perversidade o podem corromper.
Mas vamos por partes!
Todos conhecemos o mundo em que vivemos e já não temos ilusões na forma como ele funciona. Para C.S. Lewis o nosso mundo é representado como um ponto intermédio entre o principio e o fim de tudo.
A nossa evolução está a meio, por isso teríamos todas as condições para nos safarmos. Teríamos!
No nosso mundo (Londres), duas crianças, Polly e Digory (este nome é muito dificil de assimilar), são enviadas pelo tio de Digory , mágico, cobarde e ganancioso, para outros mundos através dos anéis mágicos. O tio, coloca as crianças na boca da magia não vá a coisa correr mal e assim como assim não é ele que queima a sua pele.
Nessas portas de entrada as duas crianças, em situações diferentes encontram dois mundos diferentes. Um mundo já morto, extinto pela ambição, pela maldade e falta de empatia.
E um mundo em nascença, qual Genesis, puro e sem malicia.
"- Consegues governar estas criaturas com bondade e justiça, sem esqueceres que não são escravos como os animais irracionais do mundo onde nasceste, mas animais falantes e súbditos livres?"
O reino de Nárnia, será sem dúvida um recomeço. Um mundo novo que já nasceu ameaçado pela maldade, mas que procura defender-se desse mal, e procura acima de tudo ensinar a fazer aquilo que está certo.
Digory é várias vezes confrontado com a ilusão e a armadilha, e se caí de inicio pela curiosidade provocando a libertação da Princesa Jadis, também tem capacidade de não se deixar levar pelas suas palavras mansas, quando cumpre uma tarefa a Aslan.
Como ensina qualquer conto de fadas é recompensado por essa sabedoria.
Polly é igual a si própria. É a personagem mais inteligente da história e aquela com quem se sempre pode contar. Existe uma palavra para a definir; Fiável.
Depois temos Aslan, o Leão, o criador de Nárnia. O nosso Deus e sábio.
Aquele que já deixamos de escutar à muito tempo, munidos pelo nosso desinteresse e usura ou tão somente pelo instinto de sobrevivência.
Gostei muito desta crónica de Nárnia! Contem comigo para as outras!
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